Câncer de Testículo
O câncer de testículo representa algo entre 1% e 6% de todos os tipos de câncer nos homens. Pouco, não? Entretanto, possui duas particularidades que o tornam muito importante: ao contrário de outros tipos de câncer, os tumores de testículo se desenvolvem principalmente em homens jovens, entre os 15 e 35 anos (idade média de diagnóstico aos 33 anos). Além disso, representa o principal câncer de órgãos sólidos (Exemplo: fígado, rins, próstata) nos homens até 40 anos e seu número tem aumentado cada vez mais nos últimos anos.
Ou seja, apesar do pequeno número de casos, quando levada em consideração toda a população masculina, esse problema atinge principalmente homens no momento de suas vidas em que estão constituindo famílias, planejando ter filhos ou iniciando suas vidas profissionais.
Felizmente, a chance de se curar de um câncer no testículo é bastante grande na maioria dos casos. Estima-se que 95% de todos os homens com câncer de testículo sobrevivam, pelo menos, 5 anos após o diagnóstico da doença. Isto significa que de cada 100 homens que recebem essa notícia no meio de suas vidas, 95 viverão pelo menos 5 anos.
Para aqueles nos quais o câncer está limitado ao testículo (68% dos pacientes se enquadram nesse grupo), ou seja, não se espalhou para outros órgãos, sabemos que a cura é possível em 99% dos casos.
É importante que essas informações sobre os excelentes resultados do tratamento sejam transmitidas aos pacientes.
Fragilizados por esse diagnóstico, muitos pacientes ou pessoas próximas a eles associam diretamente a palavra "câncer" com a ideia de uma doença intratável e sem cura. Como comentado, sabemos que essa, felizmente, não é a realidade dos pacientes com tumores no testículo e todos eles precisam saber disso também.
Veja neste vídeo como nossos urologistas explicam detalhes importantes dessa doença
Fatores de Risco
Se encaixar em um dos critérios abaixo não significa que a pessoa obrigatoriamente terá a doença, e sim que apenas possui um risco aumentado de desenvolver esse problema e por isso deve estar atenta aos sintomas de câncer de testículo que comentaremos adiante.
Sendo assim, vamos à alguns fatores de risco importantes:
- Idade: homens entre 15 e 35 anos tem uma chance maior de desenvolver a doença, embora ela possa acontecer em qualquer idade.
- Testículo não-descido (criptorquidia): esse é o nome dado para a situação em que um ou ambos os testículos não se encontram na bolsa escrotal do bebê no momento do nascimento. Quando corrigida essa alteração com o posicionamento do testículo na bolsa escrotal antes da puberdade o risco diminui bastante.
- Antecedente de câncer de testículo já tratado em um dos testículos;
- Familiar, principalmente irmão com esse problema;
- Infertilidade e algumas síndromes genéticas;
- Homem com HIV.
Vale lembrar também que é possível desenvolver a doença sem que nenhum dos fatores de risco citados acima estejam presentes.
Diagnóstico
O principal sinal que leva o paciente a procurar atendimento médico é o aumento do tamanho de um dos testículos, na maioria das vezes sem dor. Outros pacientes vêm ao médico após perceberem uma área endurecida em um dos testículos (nódulo testicular) durante o banho.
A avaliação clínica feita por um urologista ao examinar os testículos é capaz de levantar grandes suspeitas sobre a presença ou não de doença no testículo. O uso de exames de imagem como o ultrassom dos testículos e alguns marcadores tumorais analisados em amostras de sangue podem praticamente confirmar ou ajudar a descartar câncer testicular.
O Urologista é seu aliado. Consulte um especialista para realizar sua avaliação!
Os tipos mais comuns de câncer de testículo acometem as células germinativas, representado pelos seminomas e por tumores não-seminomatosos. Antes de instituir um tratamento, os exames realizados inicialmente avaliam também a presença de linfonodos ou gânglios aumentados no abdome (local da origem embrionária dos testículos), além de avaliar o risco de metástases em outros órgãos, como fígado, ossos, pulmões ou cérebro.
Tratamento
Os protocolos de tratamento variam conforme tipo e estágio do tumor. Entretanto, isso só é corretamente identificado após o tratamento inicial que, quase sempre, consiste na retirada cirúrgica do testículo acometido. Esta cirurgia, chamada de Orquiectomia Radical, é feita através de um corte na região inguinal e não na bolsa escrotal como muitos pensam. Após o resultado da biópsia do testículo retirado, ciclos de radioterapia e/ou quimioterapia podem ser necessários e para isso o paciente deve também ser avaliado por um médico Oncologista.
Por se desenvolver principalmente em pacientes jovens, nos preocupamos também com questões estéticas após a retirada de um dos testículos. Tendo em vista que a maioria dos pacientes não se sente confortável com o fato de ter apenas um testículo na bolsa escrotal depois da cirurgia, podemos colocar uma prótese testicular na mesma cirurgia de retirada do testículo ou em um procedimento seguinte.
As próteses de testículo possuem formato semelhante ao do órgão retirado e são medidas para que seja escolhido um tamanho próximo ao do testículo contralateral. Após colocadas, ocupam o espaço do testículo retirado e garantem um aspecto estético satisfatório.
Outro detalhe a ser comentado é que muitos pacientes com essa doença podem apresentar um quadro de infertilidade já prévia ao tratamento ou decorrente do mesmo. Dessa forma, é importante que seja recomendada a preservação espermática (preservação de sêmen) em um banco de sêmen aos pacientes que ainda desejam ter filhos.
Temos vários vídeos caso você queira saber mais sobre este e outros assuntos!
O acompanhamento posterior com o urologista deve ser regular e abrange avaliações clínicas, exames de imagem e exames de sangue de controle.
Dr. Paulo Maron
Dr. Paulo Maron
Urologista – CRM-SP: 133.073
- Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia
- Residência em Urologia pela Santa Casa – SP
- Mestre em Oncologia pelo AC Camargo Cancer Center – FAP
Dr. José Vetorazzo
Dr. José Vetorazzo
Urologista – CRM-SP: 152.091
- Fellowship em Uro Oncologia Hospital Clínic – Universidade de Barcelona, Espanha
- Certificação em Cirurgia Robótica pela Intuitive Surgical – Da Vinci Surgical System
- Residência médica em Urologia pela Santa Casa de São Paulo
Dr. Alexandre Sato
Dr. Alexandre Sato
Urologista – CRM-SP: 146.210
- Médico da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC
- Observership in Robotics – Duke University – EUA
- Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia
Dr. Bruno Lebani
Urologista – CRM: 162345 RQE: 88342
Formações
- UNICAMP
- SANTA CASA DE SÃO PAULO
- ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA – EPM UNIFESP
Dr. Bruno Benigno
Dr. Bruno Benigno
Urologista – CRM: 126265 RQE 60022
- Urologista do centro de Oncologia e Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – SP
- Fellowship em Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica – AC Camargo Cancer Center
- Certificação em cirurgia robótica pela Intuitive Corporation – EUA
Dra. Fernanda